19 janeiro, 2007

Tristeza não tem fim...

Alguns clichês caíram no domínio público e tornaram-se referências com explicação do caótico. Clichês como: para fazer sucesso; seja muito bom ou muito ruim ou temos que mostrar o que o público quer assistir...porquê é assim? A quem interessa que assim permaneça?

Ligamos nossas TVs e rádios e nos deparamos com nossas latrinas e agradecemos por serem inodoras, salvo é claro raríssimas exceções. Temos entretenimentos da pior qualidade, programações culturais quase nenhuma e índices de audiência incrível na proporção da quantidade defecada.

Na música, por exemplo, querem colocar os gêneros mais esdrúxulos como símbolos de uma cultura regional. O Norte exporta o calipso, o Nordeste vive basicamente do axé, o Rio encanta o país com o funk. Tati Quebra-Barraco, MC Leozinho hoje são sucessos nacionais e paradigmas de uma juventude sem referências construtivas, espelhos de um nada cultural que prolifera entre os becos antes agraciados por uma tal bossa nova. A nossa MPB que já foi, e ainda é, ao menos para os menos “ecléticos”, sinônimo de orgulho e qualidade, a ser exportada para os mercados mais exigentes do mundo, hoje vive de passado, e alguns de seus representantes remanescentes, não prostituídos, se obrigam a sair de seu próprio país atrás de reconhecimento, nos deixando cercados do fétido. Salve os remanescentes e que Deus lhes conceda a vida eterna!

A mídia vende o podre argumentando que é disso que o povo gosta. Trata-nos como acéfalos e nos alimenta de merda. Merda dá ibope, merda vende, acredite! Não estará aí uma das explicações de nossos jornais, nossas maiores fontes de parcas informações, estarem repletos de violência? Não estará aí uma parcela de educação deixada ao léu. Onde está a responsabilidade social da mídia no contexto educação? Entreter é fundamental, mas desde que se entretenha com uma mínima qualidade, com uma mínima responsabilidade. Sinto-me o avesso da censura, mas sou partidário da boa educação. Precisamos de uma verdadeira revolução cultural, onde a regra não seja a inversão de valor, onde não se decrete o fim do culto às bundas, pois são de indiscutível beleza, mas se cultue também o além.

Esse estado de alienação total tem que ter um fim, quem ganha com esse apodrecer cultural tem que começar a perder, para que num futuro, ainda que distante, o povo comece a ganhar!

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